O termo significa um subgênero muito utilizado na ficção científica que se caracteriza por uma visão distópica de futuro, onde a tecnologia avançada convive com uma sociedade decadente e marginalizada. Se você assistiu BladeRunner – O Caçador de Andróides, vai ter noção do que estou falando. Apesar do filme ter uma versão de 1982 e outra mais recente em 2019, ambos cenários mostram o tipo do mundo Cyberpunk.
A nomenclatura foi cunhada pelo escritor Bruce Bethke em 1980, e explora temas como a inteligência artificial, a realidade virtual, o ciberespaço, o transhumanismo, a biotecnologia, a nanotecnologia, o hacktivismo, a anarquia, a corporatocracia e a alienação. É frequentemente associado a um estilo que mistura elementos do noir, do punk, do gótico e do japonês, geralmente são cenários chuvosos e sombrios, decorrentes do impacto da variação climática. As cidades dessas ficções são cheias de luminosos e hologramas com marcas globais de empresas gigantescas por todos os lados.
E se há mudança nas cidades, há mudança também nas pessoas. Os personagens Cyberpunk se identificam com uma estética futurista, urbana e marginal, usam roupas, acessórios e implantes que remetem à tecnologia e à subversão. Uma coisa meio que homem-máquina, onde eletrônicos e outras tecnologias se fundem ao organismo humano e até são comercializadas no mercado negro.
A questão é que algumas metrópoles ao redor mundo já apresentam um aspecto bem semelhante ao descrito aqui, como Shibuya, no centro de Tokyo e a Times Square em Nova Iorque. Podemos perceber também que os personagens Cyberpunk já são realidade, são aquelas pessoas do submundo computacional como hackers, anarquistas digitais, dark web, etc. Hong Kong, China, São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil, entre outras cidades pelo mundo afora, também seguem o mesmo modelo global caótico futurista.
Será mesmo que este será o cenário do futuro? Alguns sinais parecem indicar que sim. Basta observarmos por exemplo os avanços da biotecnologia, que oferece soluções de órgãos e próteses artificiais, os Evtols (carros voadores) que já estão em uso em alguns lugares, e a onipresença das bigtechs, estampando suas logomarcas no topo dos arranha-céus das metrópoles.
Contudo, o mundo não vive apenas de metrópolis, há cidades do interior, que são muitas e praticamente existem em todos os países. E como bem sabemos, elas fazem parte da economia e promovem melhor qualidade de vida para seus moradores. Resta saber, portanto, como será uma cidade cyberpunk do interior.
Por: Cassio Betine